"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 27 de julho de 2010

NICOLAU & RICARDO

Começou a SEGUNDA TEMPORADA de As aventuras de Nicolau & Ricardo: detetives.

O primeiro miniconto, cujo título é Medo, está disponível na Seara do Gallo, www.verbo21.com.br.


Imagem: ilustração de Sidney Paget (1860-1908).

domingo, 25 de julho de 2010

LINDAS CAPAS, 1

Se o livro é ótimo, mas a capa é feia, não há nenhum problema. Contudo, se o livro é ótimo e a capa é bonita, uma obra de arte, então temos dois motivos para celebrá-lo. Provavelmente, as pessoas conhecem Tubarão, de Peter Benchley, mais pelo filme, que, no entanto, apenas reproduz do livro a sua trama de horror; tudo o mais é descartado, especialmente a crise existencial e conjugal por que passa o chefe de polícia, e a descrição precisa do contexto socioeconômico e cultural que o anima, o lugar e a gente que se transforma em comida de tubarão. Além disso, Tubarão é um ótimo romance policial, do gênero serial killer. E com dois aspectos de exceção, que fazem dele um exemplar único: o assassino não é um homem, mas um animal, e a ação desloca-se da investigação do crime para a caçada deliberada ao assassino. Neste sentido, é uma citação direta ao extraordinário Mobydick, de Melville, sem a pretensão de se converter num ícone da literatura universal. A capa desta edição da Record consegue a proeza de ser ao mesmo tempo literal e impactante. Põe metonimicamente toda a praia na boca e no estômago da fera, que ganha prestígio de monstro lendário, diabólico.

sábado, 24 de julho de 2010

PHILIP ROTH


Não lia Philip Roth há muitos anos. Não obstante, três romances do autor jamais me saíram da cabeça: O complexo de Portnoy, O seio e O professor do desejo. O seio, particularmente, me impressionara muito. Narra a história de um homem que pouco a pouco se transforma num seio e acaba internado num hospital, um enigma para os médicos e uma atração para os jornalistas do mundo inteiro. A conclusão dessa improvável história é comovente: dor, abandono, solidão. Não há edições modernas desse livro. A única existente data dos anos 1970, pela Artenova, se não me engano.

Não é incomum que por muito tempo, apesar de termos apreciado um autor, fiquemos sem ler seus novos livros. Foi o que aconteceu comigo em relação a Roth, até que recentemente abri numa livraria A humilhação e só parei nesta madrugada. O argumento é ótimo: um famoso ator de teatro deixa de atuar porque descobre que ele próprio é um teatro, um embuste. Vai parar num sanatório, faz novas amizades, não ouve os conselhos de seu agente e, por fim, começa uma relação amorosa com uma ex-lésbica. O resto é a vida, mas em tom de quase sonho. Tudo acontece como se o protagonista não pudesse interferir, ao sabor de um misterioso fluxo, metáfora da existência. Até que ele toma uma decisão, que é a errada, a pior que poderia tomar. Coerente com seu assunto, a vida de um ex-ator, o romance se estrutura em três atos, como uma peça, e se conclui com uma ironia: o ator volta a atuar, mas é a sua última atuação.

Diferentemente de muitos autores experientes, que com o passar do tempo incorrem em repetições, Roth continua cheio de imaginação e disposto a refletir ou simplesmente aceitar os novos tempos: "Ela só queria se livrar dele para satisfazer o desejo humano, tão comum, de tocar para a frente e tentar uma coisa nova". A humilhação, apesar de sua brevidade, pouco mais de cem páginas (e isso talvez até o faça mais luminoso), é romance de um autor avesso ao comum.

Imagem: cartaz do filme Elegy (no Brasil, "Fatal"), baseado em romance de Philip Roth.

sábado, 17 de julho de 2010

ATIRE EM SOFIA NA BAHIA

"Numa cidade cujo nome jamais é dito, mas tudo indica tratar-se de Salvador. Três tiros ecoam entre os atabaques do candomblé, dezenas de mãos apertam o gatilho. É um verão esquisito; calor febril intercalado por tempestades furiosas como lágrimas de Iansã, na cidade mestiça magnetizada por superstições, paixões, fatalidades [...]

Uma morte misteriosa fere a cálida estação: a vítima, Sofia do Rosário, retorna para a cidade natal depois de 20 anos no rio de Janeiro. Ela é uma mulher divorciada e emancipada; uma mulher madura e sensual, que inspira temor e fascínio nos homens."

SONIA COUTINHO é contista, ensaísta, romancista, tradutora e jornalista. Trabalhou no Correio da Manhã, Última Hora e O Globo. Neste último, permaneceu quinze anos e exerceu diversas funções, entre as quais a de editora da seção de resenhas e crítica de livros. Publicou onze livros de ficção e ganhou dois prêmios Jabuti. Sugestões de leitura do blogueiro: Atire em Sofia, Ovelha Negra e Amiga Loura & Rainhas do crime.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

TEMPO BOM NA LITERATURA


Sidney Rocha e Cristhiano Aguiar organizaram um volume de contos com autores brasileiros para ajudar as vítimas das recentes enchentes em Pernambuco e Alagoas. A editora Iluminuras publicou, e a Livraria LDM vai lançar o livro em Salvador, com a presença dos autores baianos que integram o projeto: Lupeu Lacerda, Lima Trindade e Gustavo Rios. O montante arrecadado será destinado às vítimas das enchentes. O exemplar custa R$26,00. Compareça e faça a sua parte.

LANÇAMENTO
9 de julho, sexta-feira
de 18 a 21 horas

LIVRARIA LDM
Rua Direita da Piedade, 20, Piedade
Salvador, BA

(71)2101-8007
eventos@livrariamulticampi.com.br