"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 28 de junho de 2013

FÃ MIRIM DE "82" RECOMENDA

Maria Cecília, leitora precoce e fã de 82, uma Copa, quinze histórias, recomenda o livro. O lançamento é hoje, às 18 horas, na Livraria LDM, no Espaço Itaú de Cinema, Praça Castro Alves, Centro, Salvador, BA. Abaixo, como aperitivo, trecho do conto Arrivederci, Garoto!, de Carlos Vilarinho.

"O ponta-esquerda Edu driblou o lateral direito rubro-negro ao lado da Ladeira da Fonte das Pedras, na Fonte Nova, foi à linha de fundo e centrou na área, à meia altura. O menino arregalou os olhos como quem se assusta de prazer ao ver algo excepcional. Era Pelé, vindo não se sabe de onde, um vulto negro vestido com um manto branco, de santo, subindo entre dois zagueiros absortos, inermes, e cabeceando o balão de couro, que explodiu no peito do goleiro e se perdeu a córner. O negrón olhou incrédulo para o arqueiro dentro do gol, onde deveria estar a bola, morta, mas satisfeita, pois era ali que ela gostava de se ajeitar para dividir alegria delirante e tristeza desesperada, uma para cada lado. Indignado, o jogador deixaria sua marca minutos depois, num chute potente de voleio, como quem dá um aú de capoeira, quase uma bicicleta, golpe mortal, na entrada da área."

A Casarão do Verbo, os autores e a Livraria LDM agradecem a todos que direta ou indiretamente colaboraram com o livro ou o divulgaram. Assim como no trecho acima Pelé para perplexo diante do goleiro, nos prostramos agradecidos diante da reverência com a qual, nas últimas semanas, o nosso livro foi referido, notadamente pelos jornalistas esportivos Milton Neves, José Trajano, Juca Kfouri e Márcio Guedes, bem como pelos blogueiros Luiz Carlos de Almeida, Tércia Montenegro e Daniel Thame. 

Nosso especial agradecimento a Tostão, pelo texto da orelha e pela generosa menção ao livro em sua coluna semanal; a Kátia Borges, que tornou possível contactá-lo; a Reginaldo Manente, pela cessão da histórica foto do Menino do Sarriá, e a José Carlos Villela Jr., pela cessão de sua imagem, retrato de uma perene tristeza, mas símbolo de uma incondicional alegria: 82, uma Copa, quinze histórias.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

LEITURAS, 28: WHISKY COM BOLACHAS

Capa: Gustavo Sobral.
Quando alguém me diz assim, "Detesto Woody Allen", já sei que, qualquer que seja a relação, o humor será difícil. Se Mario Quintana nos ensinou que devemos desconfiar das pessoas cujas casas não possuem livros, mais ainda devemos de quem não gosta de Woody Allen, pois não tem humor, não entende ironia e leva a vida muito a sério. Não é o caso do Juvenal Juvêncio Fake, autor do hilariante Whisky com bolachas (Casarão do Verbo, 2012).

Nascido de uma brincadeira que um anônimo fez no Twitter e no Facebook com o presidente do São Paulo Futebol Clube, o verdadeiro Sr. Juvenal Juvêncio, o livro transforma o futebol, tema não raro de grandes debates pseudofilosóficos ou de acaloradas pancadarias, no palco ideal de duas intenções: ironia e humor. Nada, nem ninguém, escapa à verve do Juvenal Juvêncio Fake, que, a cada frase, ironiza com o Palmeiras, o Corinthians ou o Flamengo, seus alvos prediletos; Neymar, Mano Menezes, o goleiro Cássio, a Seleção Brasileira, a Seleção da China, os jogadores do São Paulo (exceto Rogério Ceni, seu deus!) e consigo mesmo, sempre retratado como um indefectível apreciador de uísque e capaz de vender qualquer perna de pau por milhões ao futebol europeu.

Se me lembrei de Woody Allen e o usei para começar este texto, é porque inevitavelmente associei algumas das frases mais risíveis do Juvenal Juvêncio Fake às tiradas bem-humoradas do ator e diretor norte-americano. Na página 51, encontra-se uma de suas melhores criações. Em 6 de outubro do ano passado, o São Paulo venceu o Palmeiras por 3x0, com um gol em que Lucas dá um drible desconcertante no zagueiro Márcio Araújo e toca para um companheiro arrematar. A conclusão do Juvenal Juvêncio Fake sobre o lance é a seguinte: "O drible de Lucas foi tão genial, que machucou a coluna do Márcio Araújo na ida e curou na volta. Ele nem sabe ainda que sofreu a lesão". Perfeito! Puro nonsense.

Com muito de Nelson Rodrigues misturado a Groucho Marx, Whisky com bolachas só tem um defeito: dura apenas 45 minutos, o tempo que levei para lê-lo por completo e relê-lo em parte. Talvez o autor esteja, de propósito, se guardando para o segundo tempo, no qual há de se superar e ser eleito o craque da rodada. De uísque, é claro!

domingo, 23 de junho de 2013

UM BRASIL MELANCÓLICO

Edição: Círculo do Livro, sem data.
A brasileira residente nos EUA, Carla Dauden, criou um vídeo fazendo duras críticas ao governo brasileiro e sua megalomania por eventos internacionais, especialmente os esportivos: Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas. A moça, com desenvoltura e consciente do que acontece em sua pátria, mesmo vivendo fora, no centro político-econômico do mundo, desfia sua verve entremeada de imagens de um Brasil pobre, precário, contrastante com o discurso oficial e triste. O vídeo, disponível na internet, já ultrapassou meio milhão de acessos e se soma às passeatas das últimas semanas, em todo o país, em protesto contra a precariedade da educação, a falta de segurança, a saúde doente, os gastos abusivos, a corrupção dos políticos e o desejo dos governantes de diminuir cada vez mais a possibilidade de os brasileiros reagirem diante do que é óbvio: somos mal governados. O acontecimento-símbolo desta política de carpete é o procedimento adotado pelo prefeito Raimundo Macedo (PMDB), de Juazeiro do Norte, CE, que, precisando enxugar os gastos da prefeitura, cortou em até 40% os salários dos professores. Dos professores, que, ao que parece, ganham milhões! Enquanto isso o Ceará gasta 320 milhões de reais na construção de um aquário gigante para turista ver. Melhor seria adotar nas salas de aula do Ceará Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne. Mais leitura nunca é demais.

sábado, 22 de junho de 2013

FIAPO, O AMARGO

Ilustração: Balaio.
E então estávamos lá, naquele bar de beira de estrada, sem nem uma alma, eu e Fiapo. No balcão, o proprietário lia o jornal e, no extremo oposto, sentado numa cadeira à porta de entrada, com o peito firmado no espaldar, o único garçom presente aparava as unhas. Eu repassava as perguntas com o Fiapo, enquanto o câmera e o iluminador ajeitavam o equipamento. Na mesa ao lado, diante do vídeo, a produtora acertava os últimos detalhes para o início da entrevista. Nosso programa ia ao ar toda segunda-feira, às 22 horas. Era um sumário de esportes diferente. Depois de uma passagem rápida pelos resultados da semana, nas modalidades mais populares, cumpríamos uma pauta de recuos históricos, com ênfase em grandes jogos, jogadas inesquecíveis e ídolos que ficaram. ENTRAR NO "BALAIO" PARA LER O CONTO NA ÍNTEGRA.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

CENTENÁRIO DE ALBERT CAMUS, 1

Edição da Record (RJ), sem data.
Os dois livros que tornaram o franco-argelino Albert Camus (1913-1960) famoso em todo o mundo foram os romances O estrangeiro (1942) e A peste (1947). Mas Camus era, em igual valor, romancista, contista, dramaturgo e ensaísta. Esteta incansável, capaz de cunhar uma prosa ao mesmo tempo exata e poética, polida e sedutora, rica de sons, imagens e odores, tornou-se um dos mais jovens escritores a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1957, aos 44 anos, e um dos poucos autores ocidentais que, de fato, não se pode deixar de ler. Formou com Jean-Paul Sartre, Boris Vian, Roger Vailland, Simone du Bauvoir, Jean Genet, Françoise Sagan, Georges Simenon, Leo Malet, Alfred Jarry, Marcel Proust, André Gide, Guillaume Apollinaire, Jean Anouilh, Paul Éluard, Paul Claudel, Colette, Paul Valéry, André Malraux, Julien Green, Saint-John Perse, André Breton, René Char, Henri Barbusse, Georges Bataille, Roger Martin du Gard, François Mauriac, Raymond Queneau, Henri Michaux, Jean Giono, Georges Perec, Marcel Aymé, Georges Bernanos, Drieu La Rochelle, Francis Carco, Francis Ponge, Paul Nizan e outros a frente de escritores que fizeram da literatura de língua francesa uma das mais diversas e arrojadas do período que abrange os fins do século XIX e a primeira metade do século XX. Destacado de sua obra relativamente breve, com pouco mais de quinze livros, o volume de contos O exílio e o reino (1957) é, de certa forma, uma porta de entrada para os temas que Camus desenvolve com mais intensidade nos romances, nas peças e nos ensaios. Composto de seis relatos, em cada um deles o autor estabelece uma condenação coletiva (exílio) e uma superação pessoal (reino) para o sujeito enquanto ser individual preso a uma sociedade específica que se esforça por controlá-lo. Comparecem aos contos o artista que cria, o operário que faz greve, o professor que é obrigado a cooperar politicamente, o condenado que tem a chance de decidir por ele mesmo, a mulher que pode escolher amar à sua maneira, o patrão de mãos atadas que lamenta não poder agir etc. São seres individuais e também sociais. Qualquer escolha que façam reflete em si mesmos e no mundo que os rodeia. Mas é uma escolha, pessoal e decisiva, única forma de superar a condição absurda de viver.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

COMO EM 1982...

Duelo de gigantes: 9 títulos mundiais.
E, como em 1982, sábado o Brasil só precisa do empate. Nosso livro "82, uma Copa, quinze histórias" não poderia obter um aperitivo melhor. Talvez haja uma conspiração dos deuses por "82" ou seja apenas coincidência, simples acaso. O fato é que, desde que pensamos este livro, em 2011, certos eventos têm colaborado para deixar frente a frente Brasil e Itália. Até uma decisão entre os dois países, semana que vem, é possível. Bem, que vença aquele que tiver de vencer. Mesmo porque há coisas mais importantes acontecendo no Brasil, no momento, que deixam em segundo plano este grande clássico do futebol mundial.

PROTESTOS EM SALVADOR

Na tarde-noite desta quinta-feira, polícia reprime com violência protestos em Salvador, na entrada do Dique do Tororó, impedindo que os manifestantes se aproximassem da Arena Fonte Nova. Pouco depois, na Centenário, um ônibus é incendiado. A mídia que fez a cobertura se perguntou pelo que a multidão se manifestava. Ora, por um país melhor! Uma Bahia melhor, uma Salvador melhor! Governo e prefeitura mostram o que são: inoperantes. Voto facultativo já! Vejam a sequência de fotos, de autoria de Andréia Gallo. Clique sobre as imagens para ampliá-las.
A multidão se concentra.

A polícia começa a reprimir.

Intensifica a ação.

As pessoas recuam.

Correm em direção à Centenário.

Dispersão.

Ônibus em chamas.


DUAS MOEDINHAS POR UM PAÍS!

Multidão nas ruas, mostrando o que quer.
E duas moedinhas fizeram a diferença... Os políticos, acostumados a ganhar milhares de reais por mês e a acumular milhões ao longo da vida, jamais poderiam imaginar que 20 centavos pudessem significar tanto para os brasileiros. Mas, Presidente, Governadores e Prefeitos, saibam que essas duas moedinhas são apenas um símbolo: vai ali a nossa educação precária, especialmente no Nordeste, mais especialmente na Bahia, cujas escolas públicas estão fechando e cujo Secretário mal consegue se expressar sem incorrer em erros crassos, ao passo que bibliotecas são transformadas em "casas de espetáculos"; a segurança, que é sofrível, exceto para os Senhores; a saúde, que, sobretudo para os mais pobres, é tratada com descaso; a Arte, vítima do processo conveniente de padronização e folclorização por parte do Governo em geral; e, claro, o nosso saco, que já está cheio, e também o seu anagrama, "asco", por todos vocês, avatares da pose, da arrogância, da traição e do egoísmo. Foi dado o primeiro passo. O último, que pode ser o próximo, será tomarmos as ruas, no futuro, em protesto pela adoção do voto facultativo, estágio final da absoluta democracia, pois o voto deve ser um direito, não uma obrigação. Depois disso, quero ver os Senhores nos enganarem com suas "drogas": industrialização do Carnaval, corridas de automóveis, São João do Pelô, Micaretas, Copas do Mundo e das Confederações, Olimpíadas etc. Uma moeda de 25 centavos vale muito mais!

terça-feira, 18 de junho de 2013

CINECONHECIMENTO, 3: TER

"Só não quero que minha filha cresça assim. Quero que ela tenha o que quer. Não o tempo todo, para não ficar mimada, mas às vezes... Às vezes, você deve ter aquilo que quer... No seu aniversário."

Dito por Brittany Murphy a Josh Brolin, que promete levá-la até a filha, mas não o faz e jamais poderá lhe pedir desculpas, pois ela será morta naquela noite, sem ver a filha que fazia aniversário, em A garota morta (The dead girl, 2006), escrito e dirigido por Karen Moncrieff.

Composto pelos contos A estranha, A irmã, A esposa e A mãe, que se interligam pelo tocante drama da história central, A garota morta, é um filme bonito, forte e realista, como poucos que se tem visto atualmente e que não incorre em nenhuma espécie de panfleto, ainda que seu tema seja um dos mais cruéis e recorrentes da cultura americana: o assassinato de uma mulher jovem e bonita.

domingo, 16 de junho de 2013

CINECONHECIMENTO, 2: VIVER

Giovanna e seu vizinho.
"Você deve exigir viver num mundo melhor, e não apenas sonhar com ele. Eu não consegui."

Dito por Massimo Girotti, que interpreta um homem cuja memória está se esvaindo, a Giovanna Mezzogiorno, a esposa apaixonada pelo vizinho da janela em frente, em A janela da frente (La finestra di fronte, 2003), dirigido pelo turco Ferzan Ozpetek, que escreveu o roteiro com Gianni Romoli.

O filme promove um sensível diálogo com dois clássicos do cinema: Janela indiscreta (1954), de Alfred Hitchcock, e Não amarás (1988), de Krzysztof Kieslowski.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ARAUTO DO BARULHO NOS BARRIS

A ex-Biblioteca Pública do Estado da Bahia.
Na sua obsessiva campanha de transformar a Biblioteca Pública do Estado da Bahia em Centro de Cultura (e quando se fala de "cultura" em Salvador isso implica sobretudo barulho, música alta e ruim), o folclorista Albino Rubim fez a Secult-BA colocar nas ruas dos Barris um carro de som, que circula pelo bairro anunciando bem alto a programação das atividades pseudoculturais do Espaço Xisto Bahia. Ora, biblioteca é lugar de silêncio e concentração, de leitura e conhecimento, e tudo de que não precisamos é carro de som! Se o Secretário de Cultura não gosta de ler, há pessoas que gostam. Proponho que o Sr. Albino Rubim prove do seu próprio veneno e inclua o bairro onde mora no roteiro do seu pregoeiro sobre rodas, pois ele parece apreciar muito o barulho urbano! Aliás, a emissão de ruídos em locais públicos é altamente prejudicial à saúde e interfere diretamente nas relações sociais. Como se já não bastasse transformar autoritariamente a primeira biblioteca do país em centro de cultura (toda biblioteca é por ela mesma um centro natural de cultura!), agora temos que aturar o seu abuso ao silêncio. A Secult-BA e a Secretaria de Educação deveriam se preocupar mais com as condições (de Educação, Arte e Conhecimento) em que vivem os baianos e renunciar a estas ações de marketing barato, que só desabonam o Governo junto à população.

CINECONHECIMENTO, 1: O TEMPO

Peter Lorre e dois comparsas.
"O tempo... o que é? A Suíça o fez, a França o estoca, a Itália o desperdiça, os EUA dizem que é dinheiro, e a Índia, que ele não existe. Para mim, o tempo é um safado."

Dito por Peter Lorre, em O diabo riu por último (Beat the devil, 1953), dirigido por John Huston, que escreveu o roteiro com Truman Capote, a partir do romance de James Helvic.

Mal recebido quando do seu lançamento nos EUA, O diabo riu por último foi reavaliado pela crítica europeia e hoje é considerado um clássico da ironia e do humor noir.

domingo, 9 de junho de 2013

FOGO FÁTUO

Edição brasileira, 1984.
Em resposta à leitora Mariana, interessada em ler o livro de Pierre Drieu La Rochelle, Fogo fátuo: trinta anos esta noite, esclareço que esta obra foi publicada no Brasil pela editora Brasiliense, em 1984, no volume 24 da célebre coleção Circo de Letras, com o título acima, acrescido na folha de rosto da informação "seguido de Adeus a Gonzague". Portanto, fiel à edição francesa, de 1931 e renovada em 1959, das Éditions Gallimard, que reúne as duas obras, sob o título Le feu follet suivi de Adieu à Gonzague. Fogo fátuo pode ser lido como um libelo contra as drogas, tanto quanto uma reflexão sobre a existência: a liberdade de existir ou deixar de existir, a qualquer momento. Na excelente introdução à edição brasileira, assinada por Geraldo Galvão Ferraz, também tradutor da obra, este afirma que o protagonista Alain foi inspirado num amigo de La Rochelle, o talentoso escritor Jacques Rigaut, que se matou do mesmo modo que o personagem. O suicídio de Rigaut virou uma obsessão para La Rochelle, que, embora tenha escrito, no calor da notícia, o texto Adeus a Gonzague, só se livrou realmente do trauma ao conceber Fogo fátuo, no qual a morte voluntária é vista como "o único ato livre que resta para os viciados", pois é ação pura e consciente, liberta do embotamento fantasioso das drogas. No caso de La Rochelle, que também se matou, o suicídio teve outras implicações e outros motivos, e foi como se ele saldasse uma dívida, consigo e com sua época.

sábado, 8 de junho de 2013

"82" NA AUTORES BAIANOS

"82", improvisado, até que encontre seu lugar de destaque.
82, uma Copa, quinze histórias já está à venda também na Livraria Autores Baianos: Av. Leovigildo Filgueiras, 85, dentro da Faculdade Dois de Julho, Garcia, Salvador, BA. O telefone é (71) 3181-9031.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

TRECHOS D'OS ENCANTOS DO SOL

Páginas 86 e 87 de Os encantos do sol.
Emmanuel Mirdad sapecou lá no seu blogue Farpas e Psicodelia alguns trechos de Os encantos do sol. Devo a Mirdad a publicação deste livro, pois foi ele quem me convenceu a inscrevê-lo no edital de criação literária do MinC e da Petrobras, em 2010, elaborando o projeto e o administrando, com muita competência, junto aos patrocinadores. Os recursos que obtivemos permitiram que eu finalizasse o livro, cuja criação me consumiu oito anos, e também o publicasse, numa bela edição da editora Escrituras, de São Paulo. Obrigado, Mirdad!

LEITURA SINGULAR

O Atman fica logo depois do Shopping Colonial, à esquerda.
Fui convidado por Tom Oliveira para participar do Café Neurótico, evento cultural promovido pelo Atman Centro de Yoga e Psicologia. Na oportunidade, falarei dos últimos livros que publiquei e lerei um dos contos do livro Cidade singular (Kalango, 2013).

Café Neurótico, sábado, 8 de junho, às 18:30
Atman Centro de Yoga e Psicologia
Trav. dos Barris, 33, Barris, Salvador, BA
(71) 3328-3297 & 9188-6085

"82" TAMBÉM NA LDM!

"82", abaixo de Paulo Leminski.
A LDM Livraria Multicampi também aderiu à campanha de exorcismo do trauma da derrota do Brasil para a Itália na Copa de 1982 e colocou à venda 82, uma Copa, quinze histórias

LDM Livraria Multicampi. Espaço Itaú de Cinema: Praça Castro Alves, s/n, Centro, (71) 3013-4759.

terça-feira, 4 de junho de 2013

"82" JÁ À VENDA

"82" em exposição na banca de revistas do Center Lapa.

82, uma Copa, quinze histórias já está à venda em Salvador. Na Pérola Negra, loja de CDs, DVDs e Livros, que fica nos Barris, em frente à Biblioteca Pública; e na banca de revistas do Center Lapa, Rua Portão da Piedade, 155, Piedade. Seja um dos primeiros a ler esta obra que expurga os fantasmas da derrota de 1982 para a Itália!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

LEITURAS, 27: ÓCULOS DE OURO

Berlendis & Vertecchia, 2002.
Em Óculos de ouro, de Giorgio Bassani, mais conhecido pelo romance O jardim dos Finzi-Contini, o virtuosismo deste moderno autor italiano atinge seu auge, com o drama de um homossexual esculpido e tombado pela maledicência e intolerância da sociedade. A condição do doutor Fadigati não o amedronta, nem o amargura, mas sim o que as pessoas, enfim conscientes de quem ele seja, possam fazer. Este é o seu temor, de que em defesa do decoro e da moral sobrevenha o desejo de eliminar pela raiz uma diferença tão difícil de aceitar no outro quanto de assumir em si. Uma frase sedimenta o sofrimento do fadigado doutor Fadigati: "O verão havia acabado: a partir daquele momento seria apenas uma lembrança". O volume integra a coleção Letras Italianas, da editora paulista Berlendis & Vertecchia, destinada a publicar o que a Literatura Italiana produziu de melhor no conto e no romance, dos consagrados Giovanni Verga e Luigi Pirandello aos modernos Dacia Maraini e Beppe Fenoglio. 

Também publicado na coluna Crítica Rasteira, da Verbo 21.

domingo, 2 de junho de 2013

LEITURAS, 26: A TRÉGUA

Edição da L&PM, 2008.
A trégua, de Mario Benedetti (São Paulo: Martins Fontes, 2000), constitui uma das mais tocantes histórias de amor já escritas. Em forma de diário, que favorece o caráter reflexivo da narrativa, centrada no cotidiano de um homem maduro e sem esperança que se renova com o amor por uma moça bem mais jovem, lembra à distância o nosso Dom Casmurro. O autor uruguaio fixa alguns luminosos momentos de intimidade entre os amantes, e com uma leveza de estilo que os eleva a um nível quase simbólico: "Às sete e meia saí do escritório e fui para o apartamento. Ela tinha chegado antes, aberto a porta com sua chave e se instalado. Quando cheguei, recebeu-me alegre e sem inibições, de novo com um beijo. Falamos. Rimos. Fizemos amor. Tudo foi tão bom que não vale a pena descrever. Estou rezando: 'Tomara que dure', e para pressionar Deus vou bater na madeira". Um romance fadado a permanecer monumental em seu idioma e no mundo. Depois desta, foram lançadas outras edições, uma pela L&PM, em formato de bolso, e outra pela Alfaguara, mas a da Martins Fontes, que se seguiu à da Brasiliense, é sem dúvida a melhor.

Também publicado na coluna Crítica Rasteira, da Verbo 21.